Até hoje, poucas pessoas nos perguntaram se ser trader esportivo é pecado. Porém, é uma dúvida que pode afligir algumas pessoas de diferentes denominações e formações religiosas.

Apostas esportivas e cassinos virtuais são serviços cada vez mais presentes e próximos no cotidiano dos brasileiros, pois as operadoras de jogos se multiplicam a cada dia e estão acessíveis a um toque do celular.

Assim, de maneira similar a outros hábitos mundanos da vida em sociedade, como consumir bebidas alcoólicas, entorpecentes ou até tabaco, a presença dos jogos de azar levanta a dúvida se ser trader esportivo é pecado.

Como saber se ser trader esportivo é pecado?

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, jogos de azar não são contrários à justiça divina em si mesmos. Em geral, a permissão moral existe, contanto que não haja fraude na organização e que as pessoas não se aproveitem umas das outras.

Nesse sentido, ser trader esportivo é pecado, de certa maneira. Afinal de contas, para exercer essa ocupação é preciso comprar e vender posições de apostas explorando ineficiências nas bolsas de apostas.

O que são essas ineficiências? É a percepção do trader de que outro apostador especulou de maneira aparentemente errada, investiu dinheiro nesse posicionamento e provavelmente vai perder essa quantia – já que o trader supostamente tem uma visão mais clara, lucrando com a perda da outra pessoa.

De fato, esse é um julgamento complexo de se fazer. Alguém poderia argumentar que cada apostador tem o livre-arbítrio de uma pessoa adulta de escolher apostar em sua opinião, e lucrar com a compreensão alheia errada seria comportamento legítimo.

Afinal, a possibilidade da perda deve ser calculada e aceita voluntariamente por todos os apostadores antes mesmo de decidir participar de uma aposta.

Além do Catecismo católico, o questionamento se estende para diversas denominações evangélicas. No Brasil, os crentes praticam em sua maioria o Cristianismo em suas matizes católica e evangélicas, e há literalmente centenas de interpretações evangélicas mais ou menos permissivas sobre o tema.

Por outro lado, vale citar que uma religião que proíbe literalmente jogos de azar é a muçulmana. Portanto, seguidores dedicados do Corão provavelmente não vão incorrer nesse pecado. Para outras religiões, se você tem a preocupação real quanto ao pecado presente no trade esportivo, recomendamos que você procure seu sacerdote de confiança para uma consulta pessoal e sincera.

Lidando com os dilemas morais envolvendo apostas

É claro que não cabe a nós lecionar sobre dogmas religiosos, pois não é nossa posição. Queremos ajudar, porém, no que tange a você se sentir confortável jogando sem sentir que está fazendo algo errado, simplesmente.

O que podemos dizer é que, independentemente da corrente religioso-filosófica que você siga, aceitar se ser trader esportivo é pecado ou não é menos importante do que avaliar o impacto que essa prática tem na sua consciência.

Traçando um paralelo simples: consumir álcool pode ser prazeroso e divertido, mas em excesso pode trazer problemas para nós mesmos e para aqueles à nossa volta. Isso quer dizer que nunca mais devemos tocar num copo, cortando permanentemente aquilo que é fonte de alívio, diversão, prazer ou hábito, ou que devemos nos ater à moderação?

De muitas maneiras a aposta funciona da mesma forma. Claro que decidir se ser trader esportivo é pecado vai depender de cada religião, mas nos parece ainda mais importante seguir a própria consciência.

Se apostar como trader ou punter traz prazer sem trazer culpa a você, é um sinal positivo. Por outro lado, se você acha que está exagerando e que o hábito do jogo passou de algo recreativo para algo tóxico, talvez seja um bom momento para rever posições.